A REFORMA DE SAÚDE
A Necessidade do Mundo
Multidões em Angústia
Ao ver Cristo a multidão que se reunia em torno dEle, "teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor". Mat. 9:36. Cristo via as enfermidades, as dores, a carência e degradação das multidões que Lhe embargavam os passos. Eram-Lhe apresentadas as necessidades e misérias da humanidade em todo o mundo. Entre os mais altos e os mais humildes, os mais honrados e os mais degradados, via pessoas anelando as próprias bênçãos que Ele viera trazer, almas que necessitavam apenas de conhecer Sua graça para se tornarem súditos do Reino. "Então, disse aos Seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a Sua seara." Mat. 9:37 e 38.
Hoje existem as mesmas necessidades. O mundo carece de obreiros que trabalhem como Cristo fazia pelos aflitos e pecadores. Há, na verdade, uma multidão a ser alcançada. O mundo está cheio de doenças, sofrimentos, misérias e pecados. Cheio de criaturas necessitadas de quem delas cuide - o fraco, o desamparado, o ignorante, o degradado.
No Caminho da Destruição
Muitos dos jovens desta geração, entre as igrejas, as instituições religiosas e os lares professamente cristãos, estão escolhendo
o caminho da destruição. Devido a hábitos de intemperança, trazem doenças sobre si mesmos, e movidos da ganância de ganhar dinheiro para as satisfações pecaminosas, caem em práticas desonestas. Arruínam a saúde e o caráter. Separados de Deus e rejeitados pela sociedade, essas pobres almas sentem-se destituídas de esperança tanto para esta vida como para a futura. O coração dos pais é quebrantado. Os homens falam desses errantes como de casos desesperançados, mas Deus os contempla terna e compassivamente. Compreende todas as circunstâncias que os levaram a cair em tentação. Esta é uma classe que demanda trabalho em seu favor.
Pobreza e Pecado
Perto e longe há almas, não somente jovens mas de todas as idades, na pobreza e na miséria, imersas no pecado e vergadas ao sentimento da culpa. É a obra dos servos de Deus buscar essas almas, orar com elas e por elas, e levá-las passo a passo ao Salvador.
Os que não reconhecem os direitos de Deus, porém, não são os únicos que se acham em aflição e necessitados de auxílio. No mundo atual, esse mundo onde reinam o egoísmo, a ganância e a opressão, muitos dos verdadeiros filhos do Senhor se acham necessitados e aflitos. Muitos estão, nos lugares humildes e miseráveis, rodeados de pobreza, doença e culpas, suportando pacientemente o próprio fardo de sofrimento, e procurando confortar o desalentado e ferido pelo pecado que está ao seu redor. Muitos deles são quase desconhecidos às igrejas ou aos pastores; são no entanto luzes do Senhor, brilhando por entre as trevas. Desses tem o Senhor especial cuidado, e chama Seu povo a que Lhe sirvam de mão auxiliadora no suprir-lhes as faltas. Onde quer que haja uma igreja, deve-se
dispensar especial atenção a procurar essa classe e ajudá-la.
As Necessidades dos Ricos
E ao mesmo tempo que trabalhamos pelos pobres, devemos dar atenção também aos ricos, cujas almas são igualmente preciosas aos olhos de Deus. Cristo trabalhou por todos quantos Lhe ouviam a palavra. Buscava não somente o publicano e o rejeitado, como o rico e o culto fariseu, o nobre judeu e a autoridade romana. O homem rico necessita de que se trabalhe com ele no amor e temor de Deus. Muito freqüentemente ele confia em suas riquezas e não sente o próprio perigo. Os bens do mundo, confiados pelo Senhor aos homens, são muitas vezes fonte de grande tentação. Milhares são assim levados a pecaminosas condescendências que os confirmam em hábitos de intemperança e vício. Entre as arruinadas vítimas da miséria e do pecado, encontram-se muitos que dantes se achavam de posse de riquezas. Homens de vocações e situações várias na vida, foram vencidos pelas corrupções do mundo, pelo uso de bebida forte, pela condescendência com as concupiscências da carne, e caíram em tentação. Ao mesmo tempo que esses caídos nos despertam compaixão e requerem nosso auxílio, não devemos também dedicar alguma atenção aos que ainda não desceram às profundezas, mas estão pondo os pés na mesma estrada? Milhares há, que ocupam posição de honra e utilidade, os quais estão cedendo a hábitos que significam ruína para o corpo e a alma. Não se deve fazer o mais diligente esforço a fim de os esclarecer?
Ministros do evangelho, estadistas, escritores, homens de fortuna e de talento, homens de vasta capacidade na esfera dos negócios e de energia para serem úteis, acham-se em perigo mortal por não verem a necessidade de estrita temperança
em tudo. Importa chamar-lhes a atenção para os princípios de temperança, não de maneira estreita ou arbitrária, mas em face do grande desígnio de Deus para a humanidade. Pudessem os princípios da verdadeira temperança lhes ser assim apresentados, e muitos membros das classes mais elevadas reconheceriam seu valor e os acolheriam de coração.
Voltar-se Para as Riquezas Terrenas
Há outro perigo a que as classes mais privilegiadas se acham especialmente expostas, e também aí há um campo para a obra médico-missionária. Multidões prósperas no mundo, e que nunca descem às formas comuns de vício, são ainda levadas à destruição pelo amor das riquezas. Absorvidas com os tesouros terrenos que possuem, são insensíveis aos reclamos de Deus e às necessidades de seus semelhantes. Em vez de considerar a própria riqueza como um talento a ser empregado para a glória de Deus e o reerguimento da humanidade, olham-na como um meio de condescender consigo mesmos e de se glorificarem a si. Ajuntam casa a casa, terra a terra, enchem suas moradas de luxos, ao passo que a necessidade caminha pelas ruas, e ao seu redor tudo são criaturas humanas mergulhadas na miséria e no crime, na doença e na morte. Os que assim se dedicam a servir ao próprio eu, desenvolvem em si, não os atributos de Deus, mas os de Satanás.
Tais pessoas se acham carecidas do evangelho. É preciso que volvamos os seus olhos da vaidade das coisas materiais, para contemplar a preciosidade das riquezas eternas. Precisam aprender a alegria de dar, a bênção de serem colaboradores de Deus.
As pessoas dessa classe são muitas vezes as de mais difícil acesso, mas Cristo abrirá caminhos pelos quais possam ser alcançadas. Que os mais sábios, mais confiantes, mais
esperançosos obreiros procurem essas almas. Com a sabedoria e o tato nascidos do divino amor, com a cortesia e a delicadeza que resultam unicamente da presença de Cristo na alma, trabalhem eles pelos que, deslumbrados pelo brilho das riquezas terrenas, não vêem a glória dos tesouros celestes. Estudem os obreiros a Bíblia com eles, forcejando por introduzir-lhes a verdade sagrada no coração. Lede-lhes as palavras de Deus. "Mas vós sois dEle, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção." I Cor. 1:30. "Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na Terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor." Jer. 9:23 e 24. "Em quem temos a redenção pelo Seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da Sua graça." Efés. 1:7. "O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus." Filip. 4:19.
Tal apelo, feito no espírito de Cristo, não será considerado impertinente. Impressionará o espírito de muitos da classe mais elevada.
Mediante esforços feitos com sabedoria e amor, muito rico poderá ser despertado para o senso de sua responsabilidade para com Deus. Quando se faz claro que o Senhor espera que eles, como representantes Seus, aliviem a humanidade sofredora, muitos corresponderão e darão de seus meios e simpatia para benefício dos pobres. Quando o espírito for assim desviado de seus interesses egoístas, muitos serão levados a se
entregarem a Cristo. Com seus talentos de influência e recursos, unir-se-ão de bom grado à obra de beneficência com o humilde missionário que foi instrumento de Deus em sua conversão. Pelo devido emprego de seus tesouros terrenos, ajuntarão "tesouro nos Céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói". Luc. 12:33. Assegurarão para si o tesouro que a sabedoria oferece, isto é, "riquezas duráveis e justiça". Prov. 8:18. Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 492-496.
Uma Raça Degenerada
Foi-me apresentada a condição de fraqueza atual da família humana. Cada geração se tem vindo enfraquecendo mais, e a raça humana é afligida por toda forma de enfermidade. Milhares de pobres mortais de corpos deformados, doentios, nervos em frangalhos e mente cheia de sombras, vão arrastando uma existência miserável. Cresce o poder de Satanás sobre a família humana. Não viera em breve o Senhor e destruísse o seu poder, e não tardaria que a Terra estivesse despovoada.
Foi-me mostrado que o poder de Satanás é exercido especialmente sobre o povo de Deus. Foram-me apresentados muitos em uma condição duvidosa, desesperadora. As enfermidades do corpo afetam a mente. Nossos passos são seguidos por um inimigo astuto e poderoso, o qual emprega sua força e habilidade em procurar desviar-nos do caminho reto. E demasiadas vezes acontece que o povo de Deus não está em guarda, ignorando-lhe portanto os ardis. Ele opera por meios que melhor o ocultem à vista, conseguindo muitas vezes seu objetivo. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 102.
A Violação da Lei Física
O homem surgiu das mãos do seu Criador perfeito em estrutura e belo na forma. O fato de ter ele resistido por seis mil anos o constante crescimento dos fardos da doença e do crime é prova cabal do poder de resistência com a qual foi dotado no princípio. E embora os antediluvianos de modo geral se entregassem sem reservas ao pecado, passaram-se mais de dois mil anos para que a violação da lei natural fosse acentuadamente sentida. Não tivesse Adão originalmente possuído maior poder físico do que os homens possuem agora, e a presente raça ter-se-ia tornado extinta.
Através de sucessivas gerações, desde a queda, a tendência tem sido continuamente descendente. A doença tem sido transmitida de pais a filhos por sucessivas gerações. Mesmo as crianças de berço sofrem em conseqüência dos males originados pelos pecados dos seus pais. ...
Com poucas exceções, os patriarcas desde Adão até Noé viveram aproximadamente mil anos. Desde então a duração média da vida tem decrescido.
Por ocasião do primeiro advento de Cristo, a raça já se havia degenerado de tal maneira que não somente os mais idosos, mas também os de meia-idade e os jovens eram trazidos de todas as cidades ao Salvador, para serem curados de suas enfermidades. Muitos padeciam sob o peso da miséria indescritível.
A violação da lei física, com as conseqüências de sofrimento e morte prematura, têm prevalecido por tanto tempo que esses resultados são aceitos como parte inevitável da humanidade; mas Deus não criou a raça em tão debilitada condição. Este estado de coisas não é obra da Providência, mas do homem. Foi ocasionado pelos maus hábitos - pela violação
das leis que Deus fez para governar a vida do homem. A continuada transgressão das leis da natureza é uma permanente transgressão da lei de Deus. Tivessem os homens sido sempre obedientes à lei dos Dez Mandamentos, procurando viver os princípios desses preceitos, a maldição das enfermidades que agora inundam o mundo não existiria. ...
Quando os homens seguem qualquer direção que consome desnecessariamente sua vitalidade ou que lhes obscurece o intelecto, pecam contra Deus; não O glorificam no corpo e no espírito que Lhe pertencem. Apesar do insulto que o homem Lhe tem feito, o amor de Deus ainda se estende à raça; e Ele permite que a luz brilhe, capacitando o homem a ver que, para que possa viver uma vida perfeita, ele precisa obedecer às leis naturais que lhe governam o ser. Quão importante é então que o homem ande nessa luz, exercitando todas as suas faculdades, tanto do corpo como da mente, para a glória de Deus!
O Povo de Deus Deve Permanecer Puro
Achamo-nos em um mundo contrário à retidão ou à pureza de caráter, e especialmente ao crescimento na graça. Em tudo o que olhamos, observamos poluição e corrupção, deformidade e pecado. Quão oposto é tudo isso à obra que deve ser executada em nós justamente antes de recebermos o dom da imortalidade! Os eleitos de Deus devem permanecer incontaminados em meio da corrupção prevalecente ao seu redor nestes últimos dias. Seu corpo deve tornar-se santo, puro seu espírito. Se esta obra deve ser realizada, deve ela ser empreendida imediatamente, zelosa e inteligentemente. O Espírito de Deus terá que exercer perfeito controle, influenciando cada ação.
A reforma de saúde é um dos ramos da grande obra que deve preparar um povo para a vinda do Senhor. Ela está tão estreitamente relacionada com a mensagem do terceiro anjo quanto a mão o está com o corpo.
A lei dos Dez Mandamentos tem sido considerada levianamente pelo homem; todavia o Senhor não irá punir os transgressores dessa lei sem primeiro enviar-lhes uma mensagem de advertência. Os homens e as mulheres não podem violar as leis naturais ao serem indulgentes para com o apetite depravado e paixões licenciosas, sem violarem a lei de Deus. Portanto Ele permitiu que a luz da reforma de saúde brilhe sobre nós, para que possamos compreender a pecaminosidade da transgressão das leis que Ele estabeleceu em nosso próprio ser.
Nosso Pai celestial vê a deplorável condição dos homens que estão - muitos deles por ignorância - menosprezando os princípios de saúde. É com amor e compaixão para com a raça que Ele faz com que a luz sobre a reforma de saúde brilhe. Ele proclama a Sua lei e a penalidade desta, a fim de que todos possam ficar sabendo aquilo que é para o seu maior proveito. Proclama Sua lei de maneira tão distinta, e a torna tão saliente qual a cidade edificada sobre o monte. Todos os seres inteligentes podem entendê-la, se desejarem. Cada um responde por si.
A Loucura da Ignorância
Tornar clara a lei natural e insistir na obediência a ela, é obra que acompanha a mensagem do terceiro anjo. A ignorância já não é escusa para a transgressão da lei. A luz brilha com clareza, e ninguém precisa ignorar; pois o grande Deus mesmo é instrutor do homem. Todos estão obrigados pelo mais sagrado dever a dar atenção à filosofia saudável e à experiência genuína que Deus lhes está agora proporcionando com relação à reforma de saúde. Ele deseja que o assunto seja debatido, e a mente do público profundamente despertada a verificá-la; pois é impossível aos homens e mulheres apreciarem as verdades sagradas enquanto se acham sob o poder de hábitos pecaminosos, destruidores da saúde e enfraquecedores do cérebro.
Aqueles que estão desejosos de informar-se com relação ao efeito que a condescendência pecaminosa exerce sobre a saúde e iniciam a obra da reforma, mesmo por motivos egoístas, podem, ao assim fazerem, colocar-se onde a verdade divina possa alcançar-lhes o coração. E, por outro lado, os que foram alcançados pela apresentação das verdades bíblicas, acham-se em posição em que a consciência pode ser despertada sobre o assunto de saúde. Eles vêem e sentem a necessidade de escapar dos hábitos e apetites tirânicos que os têm dominado por tanto tempo. Há muitos que receberiam as verdades da Palavra de Deus, caso seu raciocínio fosse convencido pela mais clara evidência; mas os desejos carnais, que clamam por prazeres, controlam o intelecto, e eles rejeitam a verdade porque esta se choca com os seus desejos concupiscentes. A mente de muitos alcança assim tão baixo nível que Deus não pode operar nem por meio deles nem com eles. O curso de seus pensamentos deve ser mudado, despertadas as suas sensibilidades morais, antes que possam obedecer aos reclamos divinos.
Exorta o apóstolo Paulo à igreja: "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional." Rom. 12:1. As condescendências pecaminosas profanam o corpo e incapacitam os homens para o culto espiritual. O que se apega à luz que Deus lhe deu sobre a reforma de saúde, tem um importante auxílio na obra de santificar-se pela verdade e estar habilitado para a imortalidade. Mas, se eles menosprezam essa luz, e vivem em violação da lei natural, devem sofrer a penalidade; suas energias espirituais são amortecidas e, como poderão eles aperfeiçoar a santificação no temor do Senhor?
Os homens poluíram o templo da alma e Deus os conclama a despertarem e esforçar-se com todas as suas energias para
reconquistar sua varonilidade dada por Deus. Coisa alguma a não ser a graça de Deus pode convencer e converter o coração; somente dEle podem os escravos dos hábitos obter força para romper as algemas que os prendem. É impossível ao homem apresentar o seu corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, enquanto persistir na condescendência com hábitos que o privam do vigor físico, mental e moral. De novo diz o apóstolo: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Rom. 12:2.
Como nos Dias de Noé
Jesus, assentado no Monte das Oliveiras, deu a Seus discípulos instruções a respeito dos sinais que deviam preceder Sua vinda: Pois assim "como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem." Mat. 24:37-39. Os mesmos pecados que atraíram juízos sobre o mundo, nos dias de Noé, existem em nossos dias. Homens e mulheres levam os seus hábitos no comer e beber a tais extremos que terminam em glutonaria e bebedice. Este predominante pecado, a condescendência para com o apetite pervertido, inflamou as paixões dos homens nos dias de Noé, e levaram a generalizada corrupção. Violência e pecado alcançaram o Céu. Esta contaminação moral foi finalmente varrida da Terra por meio do dilúvio.
Os mesmos pecados de glutonaria e embriaguez embotaram a sensibilidade moral dos habitantes de Sodoma, a ponto de parecer que o crime fosse o prazer de homens e mulheres
da ímpia cidade. Cristo assim adverte o mundo: "O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem Se manifestar." Luc. 17:28-30.
Cristo nos deixou aqui uma lição muito importante. Pôs Ele diante de nós o perigo de fazermos da comida e da bebida a coisa principal. Apresenta-nos Ele os resultados da desenfreada complacência com o apetite. As faculdades morais são debilitadas a tal ponto que o pecado não parece condenável. O crime é considerado com leviandade, e a paixão controla a mente, até que afinal os bons princípios e impulsos são desarraigados, e o nome de Deus é blasfemado. Todas essas coisas são o resultado do comer e beber em excesso. Esse estado de coisas é o mesmo apontado por Cristo como devendo existir em Sua segunda vinda. O Salvador nos apresenta alguma coisa mais elevada por que lutar, do que meramente o que comeremos, o que beberemos ou com que nos vestiremos. Comer, beber e vestir-se são levados a tais excessos que se tornam crime. Estão entre os assinalados pecados dos últimos dias, e constituem um sinal da breve volta de Cristo. Tempo, dinheiro e força, que pertencem ao Senhor, mas que Ele confia a nós, são gastos em superfluidade no vestir e em luxos do apetite pervertido, que diminuem a vitalidade e trazem sofrimento e ruína. É impossível podermos apresentar a Deus nosso corpo como sacrifício vivo, quando o aviltamos de contínuo com corrupção e enfermidade em virtude de nossa pecaminosa condescendência. Deve-se buscar mais conhecimento com respeito à maneira de comer, beber e vestir-se, assim como de preservar a saúde. As enfermidades são o resultado da violação das leis naturais. Nosso primeiro dever, dever que temos para com Deus, para com nós mesmos e para com o
nosso semelhante, é obedecer às leis de Deus. Isso inclui as leis da saúde. Christian Temperance, págs. 7-12, 1980.
Necessidade de uma Obra de Reforma
Vivemos em meio de uma epidemia de crime, diante da qual ficam estupefatos os homens pensantes e tementes a Deus em toda parte. A corrupção que predomina está além da descrição da pena humana. Cada dia traz novas revelações de conflitos políticos, de subornos e fraudes. Cada dia traz seu doloroso registro de violência e ilegalidade, de indiferença aos sofrimentos do próximo, de brutal e diabólica destruição de vidas humanas. Cada dia testifica do aumento da loucura, do assassínio, do suicídio. Quem pode duvidar que agentes satânicos se achem em operação entre os homens, numa atividade crescente, para perturbar e corromper a mente, contaminar e destruir o corpo?
E enquanto o mundo se acha cheio desses males, o evangelho é tantas vezes apresentado de maneira tão indiferente, que não produz senão uma fraca impressão na consciência ou vida dos homens. Há por toda parte corações clamando por qualquer coisa que não possuem. Anelam um poder que lhes dê domínio sobre o pecado, um poder que os liberte da servidão do mal, que lhes proporcione saúde, vida e paz. Muitos dos que uma vez conheceram o poder da Palavra de Deus têm-se achado onde não há nenhum reconhecimento dEle, e anseiam pela divina presença.
O mundo necessita atualmente daquilo que tem sido necessário já há mil e novecentos anos - a revelação de Cristo. É preciso uma grande obra de reforma, e é unicamente mediante a graça de Cristo que a obra de restauração física, mental e espiritual se pode efetuar. A Ciência do Bom Viver, págs. 142 e 143.
A Perspectiva
O mundo encontra-se corrompido. Ao olharmos o quadro geral, a perspectiva parece desalentadora. Mas Cristo acena com preciosas promessas a todos os homens e mulheres que procedem mal. Vê neles qualidades que os habilitarão a ocupar um lugar em Sua vinha. Se eles continuarem como aprendizes, por meio de Sua providência, Ele os tornará homens e mulheres capacitados a fazerem uma obra que não está fora de suas possibilidades; através da comunicação do Espírito Santo, dar-lhes-á poder de expressão.
Muitos campos áridos, não trabalhados, devem ser atingidos por iniciadores. A brilhante perspectiva do Campo mundial, como Jesus o viu, inspirará confiança em muitos obreiros que, se começarem em humildade, e puserem o coração na obra, serão considerados como os homens indicados para o tempo e lugar. Cristo vê todas as misérias e desesperações do mundo, a visão do qual deprimiria alguns dos nossos obreiros de grande capacidade com um sentimento de desânimo tão grande que eles não saberiam nem mesmo como começar a obra de guiar homens e mulheres ao primeiro lance da escada. Seus métodos formalistas são de pouco valor. Eles se colocariam sobre os lances mais baixos da escada, dizendo: "Subi onde estamos." Mas as pobres almas não saberiam onde colocar os pés.
O coração de Cristo é confortado pela visão daqueles que são pobres no mais lato sentido do termo; confortado por Sua visão daqueles que são maltratados, mas que são mansos; alegrado pelos aparentemente insatisfeitos e famintos pela justiça, pela incapacidade de muitos para começarem. Ele saúda por assim dizer o mesmo estado de coisas que desanimaria a muitos pastores. Ele corrige o nosso devotamento errôneo,
dando o encargo da obra dos pobres e necessitados nos ásperos recantos da Terra, a homens e mulheres que possuem coração que pode sentir com os ignorantes e extraviados. O Senhor ensina a esses obreiros como encontrar aqueles a quem Ele deseja auxiliar. Eles serão encorajados ao verem as portas se lhes abrirem, ao penetrarem em lugares nos quais poderão fazer trabalho médico-missionário. Tendo pouca confiança própria, dão a Deus toda a glória. Suas mãos podem ser rústicas e inexperientes, mas o coração é suscetível à piedade; eles estão possuídos de um ardente desejo de fazer alguma coisa que possa aliviar o infortúnio tão intenso; e Cristo está ao seu lado para ajudá-los. Ele opera por meio daqueles que descobrem misericórdia na miséria, ganho na perda de todas as coisas. Quando a Luz do mundo passa, os privilégios aparecem em todas as adversidades, ordem na confusão, o sucesso e a sabedoria de Deus naquilo que parecia ser uma falha.
Meus irmãos e irmãs, aproximai-vos do povo em vosso ministério. Animai aqueles que estão abatidos. Considerai as calamidades como bênçãos disfarçadas, os infortúnios como favores. Agi de maneira que desperteis confiança em lugar de desespero.
Deus, a Fonte de Sabedoria e Poder
A cada obreiro eu diria: Marchai com humilde fé, e o Senhor irá convosco. Mas vigiai em oração. Este é o segredo do vosso trabalho. O poder é de Deus. Operai confiando nEle, lembrando-vos de que sois coobreiros Seus. Ele é o vosso Ajudador. Vossa força vem dEle. Ele deve ser vossa sabedoria, justiça, santificação e redenção. Testimonies, vol. 7, págs. 271 e 272.
Religião e Saúde
O ponto de vista defendido por alguns de que a espiritualidade é prejudicial à saúde, é sofisma de Satanás. A religião da Bíblia não é prejudicial à saúde, seja do corpo ou da mente. A influência do Espírito de Deus é o melhor remédio para as doenças. O Céu é todo saúde; e, quanto mais profundamente forem sentidas as influências celestiais, mais certa será a recuperação do crente inválido. Os verdadeiros princípios do cristianismo abrem perante todos uma fonte de inestimável felicidade. A religião é uma fonte contínua, do qual o cristão pode beber à vontade e jamais secar a fonte.
A relação existente entre a mente e o corpo é muito íntima. Quando um é afetado, o outro se ressente. O estado da mente atua muito mais na saúde do que muitos julgam. Se a mente se acha despreocupada e feliz, em virtude da consciência de estar agindo corretamente, e do senso de satisfação por estar promovendo a felicidade de outros, isso cria uma disposição que agirá sobre todo o organismo, produzindo uma circulação mais livre do sangue e dando tono a todo o corpo. A bênção de Deus é um poder salutar, e aqueles que são copiosos em fazer o bem a outros perceberão essa maravilhosa bênção tanto no coração como na vida.
Quando os homens que têm condescendido com maus hábitos e práticas pecaminosas se rendem ao poder da verdade divina, a aplicação dessa verdade ao coração faz reviver as energias morais, as quais pareciam paralisadas. O recebedor possui compreensão mais forte e mais clara do que antes de haver ligado sua alma à Rocha eterna. Até sua saúde física melhora pelo senso de sua confiança em Cristo. A bênção
especial de Deus, que repousa sobre o recebedor, é por si mesma salutar e revigorante.
Os que andam no caminho da sabedoria e santidade observam que "a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir". I Tim. 4:8. São sensíveis aos prazeres reais da vida, e não se perturbam com infundados remorsos de horas desperdiçadas, nem com sombrios fatos, como as pessoas do mundo o fazem, muitas vezes, quando não entretidas por algum divertimento excitante. A piedade não entra em conflito com as leis da saúde, mas está em harmonia com elas. O temor do Senhor é o fundamento de toda verdadeira prosperidade. Christian Temperance, págs. 13 e 14.
O Amor de Cristo um Poder Vitalizante
Quando o evangelho é recebido em sua pureza e poder, é uma cura para as doenças originadas pelo pecado. O Sol da Justiça ergue-Se "trazendo salvação nas Suas asas". Mal. 4:2. Todos os recursos do mundo não podem curar um coração quebrantado, nem comunicar paz de espírito, nem remover o cuidado, nem banir a enfermidade. A fama, o engenho, o talento - são todos impotentes para alegrar um coração dolorido ou restaurar uma vida arruinada. A vida de Deus na alma, eis a única esperança do homem.
O amor difundido por Cristo por todo o ser é um poder vitalizante. Todo órgão vital - o cérebro, o coração, os nervos - esse amor toca, transmitindo cura. Por ele são despertadas para a atividade as mais altas energias do ser. Liberta a alma da culpa e da dor, da ansiedade e do cuidado que consomem as forças vitais. Vêm com ele serenidade e compostura. Implanta na alma uma alegria que coisa alguma terrestre pode destruir - a alegria do Espírito Santo - alegria que comunica saúde e vida. A Ciência do Bom Viver, pág. 115.
O Modo de Cristo Curar
Este mundo é um vasto hospital, mas Cristo veio curar os enfermos, proclamar liberdade aos cativos de Satanás. Era em Si mesmo saúde e vigor. Comunicava Sua vida aos doentes, aos aflitos, aos possessos de demônios. Não repelia ninguém que viesse receber Seu poder vivificador. Sabia que os que Lhe pediam auxílio haviam trazido sobre si mesmos a doença; todavia, não Se recusava a curá-los. E quando a virtude que provinha de Cristo penetrava nessas pobres almas, sentiam a convicção do pecado, e muitos eram curados de suas enfermidades espirituais, bem como das do corpo. O evangelho possui ainda o mesmo poder, e por que não deveríamos testemunhar hoje idênticos resultados?
Cristo sente as misérias de todo sofredor. Quando os espíritos maus arruínam o organismo humano, Cristo sente essa ruína. Quando a febre consome a corrente vital, Ele sente a agonia. E está disposto a curar o enfermo hoje, como quando Se achava em pessoa na Terra. Os servos de Cristo são Seus representantes, instrumentos pelos quais opera. Ele deseja, por intermédio dos mesmos, exercer Seu poder de curar.
Na maneira por que o Salvador curava, havia lições para os discípulos. Uma ocasião, ungiu com terra os olhos de um cego, dizendo-lhe: "Vai, lava-te no tanque de Siloé. ... Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo." João 9:7. A cura só se podia operar pelo poder do grande Médico; todavia, Cristo fez uso dos simples agentes da natureza. Conquanto não recomendasse as medicações compostas de drogas, sancionou o emprego de remédios simples e naturais.
A muitos dos aflitos que foram curados, disse Cristo:
"Não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior." João 5:14. Assim ensinou que a doença é o resultado da violação das leis de Deus, tanto naturais como espirituais. Não existiria no mundo a grande miséria que há, se tão-somente os homens vivessem em harmonia com o plano do Criador. ...
Essas lições são para nós. Há condições que devem ser observadas por todos os que queiram conservar a saúde. Cumpre que todos aprendam quais são essas condições. Deus não Se agrada da ignorância com respeito a Suas leis, sejam naturais, sejam espirituais. Devemos ser coobreiros Seus, para restauração da saúde do corpo bem como da alma.
E devemos ensinar os outros a conservar e a recuperar a saúde. Empregar para os doentes os remédios providos por Deus na natureza, bem como encaminhá-los Àquele que, unicamente, pode restaurar. É nossa obra apresentar os doentes e sofredores a Cristo, nos braços de nossa fé. Devemos ensinar-lhes a crer no grande Médico. Lançar mão de Sua promessa, e orar pela manifestação de Seu poder. A própria essência do evangelho é restauração, e o Salvador quer que induzamos os enfermos, os desamparados e os aflitos a se apoderarem de Sua força.
O poder do amor estava em todas as curas de Cristo, e unicamente participando desse amor, pela fé, podemos ser instrumentos para Sua obra. Se negligenciarmos pôr-nos em divina ligação com Cristo, a corrente de energia vitalizante não pode fluir em abundantes torrentes de nós para o povo. Houve lugares em que o próprio Salvador não pôde realizar muitas obras poderosas, devido à incredulidade. Assim agora a incredulidade separa a igreja de seu divino Ajudador. Fraco é seu apego às realidades eternas. Por sua falta de fé, fica Deus decepcionado, e é roubado de Sua glória. O Desejado de Todas as Nações, págs. 823-825.
O Médico Cristão Como Missionário
Aqueles em cujo coração Cristo habita possuirão amor pelas almas por quem Ele morreu. Os que possuem verdadeiro amor a Ele devem sentir um desejo ardente de fazer com que Seu amor seja compreendido por outros.
Entristeço-me ao ver quão poucos se preocupam realmente com os seus semelhantes que estão nas trevas. Alma alguma verdadeiramente convertida se assente como um despreocupado ocioso na vinha do Mestre. É dado a Cristo todo poder no Céu e na Terra, e Ele comunicará forças a Seus seguidores para a grande obra de atrair os homens para si. Está Ele apelando constantemente aos Seus agentes humanos a respeito dos caminhos que o Céu lhes apontou, em todo o mundo, prometendo estar sempre com eles. Seres celestiais - "milhões de milhões e milhares de milhares" (Apoc. 5:11) - são enviados como mensageiros a este mundo, para que se unam com os instrumentos humanos pela salvação das almas. Por que nossa fé nas grandes verdades que desposamos, não acende uma ardente chama sobre o altar do nosso coração?
Por que, pergunto, em vista da magnitude dessas verdades, não são, todos os que professam nelas crer, inspirados com fervor missionário, fervor que deve vir a todos quantos colaboram com Deus?
Quem Dirá: "Envia-Me a Mim?"
A obra de Cristo deve ser feita. Consagrem-se a Deus os que crêem na verdade. Onde existem agora uns poucos que estão empenhados em obra missionária, deve haver centenas. Quem sentirá a importância, a divina grandeza, do chamado? Quem se negará a si mesmo? Ao clamar o Salvador por obreiros, quem responderá: "Eis-me aqui, envia-me a mim"? Isa. 6:8.
Há necessidade de missionários tanto na pátria como no estrangeiro. Há trabalho bem perto que é estranhamente negligenciado por muitos. Todos os que provaram "a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro" (Heb. 6:5), têm uma obra a fazer em favor daqueles que vivem em seus lares e entre os seus vizinhos. O evangelho da salvação deve ser proclamado a outros. Todo homem que sentiu o convertedor poder de Deus, torna-se em certo sentido um missionário. Há pessoas amigas às quais pode ele falar do amor de Deus. Pode contar na igreja o que o Senhor é para ele - um Salvador pessoal; e o testemunho dado com simplicidade pode fazer maior bem do que o mais eloqüente discurso. Há uma grande obra a ser feita, também, em tratar eqüitativamente com todos e andar humildemente com Deus. Aqueles que estão fazendo a obra que lhes está mais aproximada, estão adquirindo uma experiência que os capacitará para uma esfera mais ampla de utilidade. Deve haver uma experiência com trabalho missionário na pátria, como preparação para trabalho no exterior.
O Cuidado dos Enfermos
Como deverá ser feita a obra do Senhor? Como podemos ter acesso às almas que se acham mergulhadas nas trevas da meia-noite? O preconceito deve ser enfrentado; é difícil tratar com a religião corrupta. Os melhores meios e maneiras de trabalho devem ser considerados com oração. Há um meio segundo o qual muitas portas poderão ser abertas ao missionário. Torne-se ele hábil no cuidado dos enfermos, como enfermeiro, ou aprenda a tratar as doenças, como médico; e, se estiver imbuído do espírito de Cristo, que campo de utilidade se abrirá perante ele!
Cristo foi o Salvador do mundo. Enquanto na Terra, os doentes e aflitos foram objeto de Sua especial compaixão. Ao enviar Ele os Seus discípulos, comissionou-os a curar os doentes, bem como a pregar o evangelho. Ao enviar os setenta,
ordenou-lhes que curassem os doentes, e em seguida pregassem que o reino de Deus havia chegado a eles. Devia-se cuidar primeiro de sua saúde física, a fim de que o caminho pudesse ser aberto e a verdade lhes alcançasse a mente.
O Método de Evangelismo de Cristo
O Salvador dedicou mais tempo e trabalho em curar dos seus males os doentes, do que em pregar. Suas últimas instruções aos apóstolos, Seus representantes na Terra, foi no sentido de porem as mãos sobre os doentes para que eles pudessem recuperar-se. Quando o Mestre voltar, louvará Ele àqueles que tiverem visitado os doentes e suprido as necessidades dos aflitos.
A terna simpatia do Salvador era despertada para a caída e sofredora humanidade. Se sois Seus seguidores, deveis cultivar compaixão e simpatia. A indiferença para com os sofrimentos humanos deve dar lugar ao mais vivo interesse pelos padecimentos dos outros. A viúva, o órfão, o enfermo e o moribundo, sempre precisarão ser ajudados. Eis uma oportunidade de proclamar o evangelho - apontar a Jesus, a esperança e consolação de todos os homens. Quando os sofrimentos do corpo tiverem sido aliviados, e tiverdes demonstrado o mais vivo interesse pelos aflitos, o coração se abrirá, e podereis verter nele o bálsamo celestial. Se estiverdes olhando para Jesus e dEle retirando conhecimento, força e graça, podereis comunicar Sua consolação a outros, pois o Consolador está convosco.
Encontrareis muito preconceito, grande quantidade de falso zelo e falsa piedade, mas tanto na pátria como no campo estrangeiro encontrareis mais corações aos quais Deus tem estado preparando para a semeadura da verdade, do que
imaginais, e estes aclamarão com alegria a mensagem divina, quando lhes for apresentada.
Não deve, porém, haver nenhuma duplicidade, desonestidade, na vida do obreiro. Ao passo que o erro, mesmo quando defendido com sinceridade, é perigoso, a insinceridade na verdade é fatal.
Trabalhar com Entusiasmo
Não devemos ser ociosos espectadores nas agitadas cenas que prepararão o caminho para o segundo advento do Senhor. Devemos manter o entusiasmo e o ardor do soldado cristão. Aquele que não está a favor de Cristo está contra Ele. "Quem comigo não ajunta espalha." Mat. 12:30. A inatividade é registrada nos livros do Céu como oposição à obra de Cristo, pois ela produz a mesma espécie de fruto que a franca hostilidade. Deus clama por ativos obreiros.
Quanto mais claramente nossos olhos contemplarem as atrações do mundo por vir, mais profunda será nossa solicitude pelos habitantes deste mundo. Não podemos ser egocêntricos. Estamos vivendo no tempo do conflito especial entre os poderes da luz e os das trevas. Saí; deixai a vossa luz brilhar; difundi os seus raios por todo o mundo. Em cooperação com os agentes humanos, Cristo e os mensageiros celestiais levarão as partes inacabadas da obra a um perfeito todo. Não ocuparmos o nosso lugar porque amamos o nosso bem-estar, porque queremos evitar preocupações e aborrecimentos, é não brilhar; e, quão terrível a culpa, quão terríveis as conseqüências!
Deve haver aqueles que estão se preparando para ser médicos e enfermeiros missionários cristãos. Então serão abertas portas entre as famílias das classes mais altas, bem como entre as humildes. Todas as influências que pudermos controlar devem ser consagradas à obra. Da missão doméstica deve
estender-se uma cadeia de luz viva e ardente para circundar o mundo, de maneira que cada voz e cada influência façam ecoar: "O Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! ... E quem quiser tome de graça da água da vida." Apoc. 22:17. Medical Missionary, janeiro de 1891.
Efeitos dos Maus Hábitos
Há muito pouco poder moral no mundo cristão professo. Maus hábitos têm sido tolerados e leis físicas e morais têm sido desatendidas, até que o padrão geral de virtude e piedade se tornou excessivamente baixo. Os hábitos que rebaixam a norma de saúde física, enfraquecem as forças mentais e morais. A tolerância para com apetites e paixões pervertidos exerce uma influência controladora sobre os nervos e o cérebro. Os órgãos animais são estimulados, ao passo que os morais são deprimidos. É impossível ao intemperante ser um cristão, pois suas faculdades mais altas são trazidas em cativeiro pelas paixões. Testimonies, vol. 3, pág. 51.
Um Mundo a Ser Advertido
Temos perante nós uma grande obra - a obra finalizadora de dar a última mensagem de advertência de Deus a um mundo pecador. Mas, que temos nós feito para dar esta mensagem? Olhai, peço-vos, aos muitos e muitos lugares que jamais foram penetrados. Vede nossos obreiros pisando sempre as mesmas terras, enquanto ao seu redor há um mundo negligenciado, jazendo em maldade e corrupção - um mundo até agora inadvertido. Para mim isto é um terrível quadro. Que espantosa indiferença manifestamos para com as necessidades de um mundo a perecer! Testimonies, vol. 7, pág. 103.
IRMÃO ANDERSON.
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